Madre Teresa de Calcutá (1910-1997) foi uma missionária católica albanesa. Logo cedo descobriu sua vocação religiosa. Com dezoito anos entrou para a Casa das Irmãs de Nossa Senhora do Loreto. Criou a Congregação Missionárias da Caridade. Dedicou toda sua vida aos pobres. Em 1979 recebeu o Prêmio Nobel da Paz. Foi Beatificada pela igreja católica em 2003 e canonizada em 2016.
Conhecida em vida como "a santa das
sarjetas" e canonizada no dia 04 de setembro de 2016, Madre Teresa de Calcutá nasceu em 26 de agosto de 1910
em uma família albanesa em Skopje, capital da atual república da Macedônia –
que na época pertencia à Albânia –, com o nome de batismo Gonxhe Agnes
Bojaxhiu.
Ela entrou em 1928 para a ordem religiosa Irmãs de
Nossa Senhora de Loreto, que tem sede na Irlanda, e passou a usar o nome Teresa
em homenagem a Santa Teresa de Lisieux.
Enviada a Calcutá, na Índia, foi professora durante muitos anos em
uma escola para meninas de classe alta, antes de decidir servir a Deus através
dos pobres. No início de 1948, se mudou para os bairros pobres de Calcutá, onde
suas ex-alunas se tornaram, a seu lado, as primeiras Missionárias da Caridade.
Em 1952, ao observar uma mulher agonizante,
abandonada na rua e com os pés atacados por ratos, ela sentiu uma profunda
comoção e decidiu assumir uma nova tarefa: ajudar os mais pobres entre os
pobres. Depois de procurar com insistência as autoridades da cidade, conseguiu
a concessão de um antigo edifício para dar abrigo às pessoas que sofriam de
tuberculose, desinteria e tétano, as quais nem os hospitais queriam atender.
Dezenas de milhares de necessitados passaram pelo
lugar. Muitos encontraram uma morte digna, com respeito às suas próprias
religiões, e outros se recuperaram graças aos cuidados das freiras. Pelo seu
trabalho, ela foi laureada com o Prêmio Nobel da
Paz em 1979.
SANTA MADRE TERESA DE CALCUTÁ
Milagres
A igreja abriu caminho no ano passado para a
canonização da beata após declarar como milagre a recuperação do brasileiro
Marcilio Haddad Andrino, que tinha múltiplos pontos de inflamação no cérebro.
Quando Andrino sofreu em 2008 os abscessos
cerebrais, dos quais médicos disseram que ele não iria se recuperar, sua
família rezou para Madre Teresa. Ele conta que seu estado de saúde piorou ao
ponto de ter sofrido para conseguir andar ao altar durante seu casamento, em
setembro de 2008. Em dezembro foi levado inconsciente para hospital.
O brasileiro estava com uma cirurgia cerebral
marcada, mas acordou sem dores de cabeça pouco antes da operação e o médico
afirmou que uma intervenção médica não seria mais necessária.
Madre Teresa é recebida pelo Papa João Paulo II, meses antes de sua morte, em 1997 - Arturo Mari / AP
Madre Teresa de Calcutá recebe o Prêmio Nobel da Paz, em outubro de 1979.
Em 2002, o Vaticano já havia reconhecido um
primeiro milagre atribuído à intervenção da freira: a cura de uma mulher de 30
anos, Monika Besra, que sofria de um tumor abdominal. Ela se viu livre da
doença depois que as irmãs da congregação a presentearam com uma "medalha
milagrosa" da Virgem, que antes havia sido usada pela beata aos 87 anos.
Madre Teresa foi, então, beatificada por João Paulo II em 19 de outubro de
2003, em Roma, durante cerimônia que teve a presença de 300 mil fiéis.
Críticas
Mas nem todo mundo comemorou a transformação da
beata em santa. Críticos questionam a comprovação dos milagres admitidos pela
igreja e consideram que sua canonização é símbolo de mais um "triunfo da
fé religiosa sobre a razão e a ciência".
O autor britânico Christopher Hitchens, que morreu
em 2011, era um dos principais. Ele descreveu Madre Teresa como "uma
fundamentalista religiosa, uma agente política, uma pregadora primitiva e uma
cúmplice dos poderes seculares mundanos".
Em um livro famoso lançado em 1995, "A posição
missionária: Madre Teresa em teoria e prática, Hitchens critica o que diz ser a
"cultura de sofrimento" da freira e afirma que ela criou um
imaginário de "buraco do inferno" da cidade que a acolheu, além de
ter se tornado "amiga de ditadores". O autor também foi responsável
por um documentário chamado "O anjo do inferno", em que explora os
argumentos.
Em 2003, o físico de Calcutá Aroup Chatterjee
publicou uma nova crítica, depois de ter feito pelo menos 100 entrevistas com
pessoas envolvidas com a congregação criada por Madre Teresa. Ele descreveu o
que disse ser uma "espantosa falta de higiene" nos centros de saúde
administrados pelas Missionárias de Caridade e descreveu os locais em que o
grupo cuidava de doentes como "confusos e mal organizados".
Legado
Madre Teresa de Calcutá morreu em 1997, aos 97
anos. Seu enterro em Calcutá, em 5 de setembro de 1997, foi um acontecimento
nacional na Índia e milhões de pobres acompanharam seu corpo pelas ruas da
cidade.
Ao canonizá-la, o papa Francisco afirmou que a figura
da madre será a santa de "todos os voluntariados" e pediu que ela
fosse considerada o "modelo de santidade".
"Sua missão nas periferias das cidades e nas
periferias existenciais permanece até hoje como testemunho eloquente da
proximidade de Deus aos mais pobres entre os pobres."
O pontífice lembrou ainda que a beata fez
"sentir sua voz aos poderosos da terra para que reconhecessem suas culpas
diante dos crimes da pobreza criado por eles mesmos". O Papa conheceu
Teresa pessoalmente, por ocasião de um sínodo de bispos em 1994, em Roma.