sexta-feira, 22 de agosto de 2014

22/08 - PARABÉNS AO SUPERVISOR ESCOLAR EM SEU DIA!

22 DE AGOSTO - DIA DO SUPERVISOR ESCOLAR! PARABÉNS PARA TODOS NÓS QUE SOMOS PROFISSIONAIS DE LUTA, CORAGEM, PERSISTÊNCIA E MUITO AMOR À PROFISSÃO!

São atribuições do Supervisor Educacional:

- Atuar no desenvolvimento do currículo e desta forma, assegurar o relacionamento e a ordenação sequencial dos conteúdos.
- Dinamizar o processo educacional e promover a melhoria qualitativa do ensino.
- Elaborar o plano anual de atividades do Serviço de Supervisão Pedagógico.
- Promover estudos para o aperfeiçoamento constante de todo o pessoal envolvido no processo ensino-aprendizagem.
- Supervisionar a execução do Plano Pedagógico, a fim de que se processe a integração do Corpo Docente em relação a objetivos, conteúdos programáticos e técnicas de direção de aprendizagem, sistema de controle de aproveitamento e normas de conduta.
- Controlar o rendimento escolar dos alunos, pesquisando as causas de aproveitamento insuficiente.
- Orientar os professores no planejamento e desenvolvimento de estudos de recuperação e de adaptação.
- Julgar, auxiliado pelos professores, da equivalência ou da insuficiência de conteúdos curriculares, em casos de recebimento de transferências, e das formas de adaptação a serem adotadas, quando necessário.
- Responsabilizar-se, na esfera de sua competência, pela integração do Serviço de Supervisão Pedagógica com outros serviços da instituição de ensino, principalmente com o Serviço de Orientação Educacional.


MENSAGEM PARA O SUPERVISOR

OS INÚMEROS DIÁRIOS PARA CORRIGIR,
AS CRÍTICAS, AS NOITES MAL DORMIDAS…
TUDO ISSO NÃO FOI SUFICIENTE
PARA TE FAZER DESISTIR DO TEU MAIOR SONHO:
TORNAR POSSÍVEIS OS SONHOS DO MUNDO…
QUE BOM QUE ESTA TUA VOCAÇÃO
TEM DESPERTADO A VOCAÇÃO DE MUITOS.
PARECE INJUSTO DESEJAR-TE UM SÓ DIA DO SUPERVISOR,
QUANDO EM SEU DIA- À -DIA
TANTAS DIFICULDADES ACONTECEM
A ROTINA É DURA, MAS VOCÊ AINDA PERSISTE.
TEU MUNDO É ALEGRE, POIS VOCÊ
CONSEGUE OLHAR OS OLHOS DE TODOS OS OUTROS
E FAZE-LOS FELIZES TAMBÉM.
VOCÊ É FELIZ, POIS NA TUA MATEMÁTICA DE VIDA,
DIVIDIR É SEMPRE A MELHOR SOLUÇÃO.
VOCÊ É GRANDE E NOBRE,
POIS O SEU OFICIO ÁRDUO LAPIDA
O TEU CORAÇÃO A CADA DIA,
DANDO-TE TANTO PRAZER EM ENSINAR.
HOMENAGENS
CERTAMENTE FARÃO PARTE DO SEU DIA À DIA,
QUERO DE FORMA ESPECIAL, RELEMBRAR A PESSOA MARAVILHOSA QUE VOCÊ É,
E A IMPORTÂNCIA DAQUILO DO SEU OFÍCIO.
É POR ISTO QUE VOCÊ MERECE ESTA HOMENAGEM
HOJE E SEMPRE, POR AQUILO QUE VOCÊ É
E POR AQUILO QUE VOCÊ FAZ.
FELICIDADES!



Publicado pela Profª Carleide Cavalcante de Oliveira

22/08 - DIA DO FOLCLORE BRASILEIRO


22 DE AGOSTO - DIA DO FOLCLORE


ORIGEM

Em 22 de agosto, o Brasil comemora o Dia do Folclore. A data foi criada em 1965 através de um decreto federal. No Estado de São Paulo, um decreto estadual instituiu agosto como o mês do folclore.

Folclore é o conjunto de todas as tradições, lendas e crenças de um país. O folclore pode ser percebido na alimentação, linguagem, artesanato, religiosidade e vestimentas de uma nação. Segundo a Carta do Folclore Brasileiro, aprovada pelo I Congresso Brasileiro de Folclore em 1951, "constituem fato folclórico as maneiras de pensar, sentir e agir de um povo, preservadas pela tradição popular, ou pela imitação".

Para que serve?

O folclore é o modo que um povo tem para compreender o mundo em que vive. Conhecendo o folclore de um país, podemos compreender o seu povo. E assim conhecemos, ao mesmo tempo, parte de sua História. Mas para que um certo costume seja realmente considerado folclore, dizem os estudiosos que é preciso que este seja praticado por um grande número de pessoas e que também tenha origem anônima.

Qual a origem da palavra "folclore"?

A palavra surgiu a partir de dois vocábulos saxônicos antigos. "Folk", em inglês, significa "povo". E "lore", conhecimento. Assim, folk + lore (folklore) quer dizer ''conhecimento popular''. O termo foi criado por William John Thoms (1803-1885), um pesquisador da cultura européia que, em 22 de agosto de 1846, publicou um artigo intitulado "Folk-lore". No Brasil, após a reforma ortográfica de 1934, que eliminou a letra k, a palavra perdeu também o hífen e tornou-se "folclore".

Qual a origem do folclore brasileiro?

O folclore brasileiro, um dos mais ricos do mundo, formou-se ao longo dos anos principalmente por índios, brancos e negros.

Região Sul

Danças: congada, cateretê, baião, chula, chimarrita, jardineira, marujada.
Festas tradicionais: Nossa Senhora dos Navegadores, em Porto Alegre; da Uva, em Caxias do Sul; da Cerveja, em Blumenau; festas juninas; rodeios.
Lendas: Negrinho do Pastoreio, do Sapé, Tiaracaju do Boitatá, do Boiguaçu, do Curupira, do Saci-Pererê.
Pratos: Baba-de-moça, churrasco, arroz-de-carreteiro, feijoada, fervido.
Bebidas: chimarrão, feito com erva-mate, tomado em cuia e bomba apropriada.

Região Sudeste

Danças: fandango, folia de reis, catira e batuque.
Lendas: Lobisomem, Mula-sem-cabeça, Iara, Lagoa Santa.
Pratos: tutu de feijão, feijoada, linguiça, carne de porco.
Artesanato: trabalhos em pedra-sabão, colchas, bordados, e trabalhos em cerâmica.

Região Centro-Oeste

Danças: tapiocas, congada, reisado, folia de reis, cururu e tambor.
Festas tradicionais: carvalhada, tourada, festas juninas.
Lendas: pé-de-garrafa, Lobisomem, Saci-Pererê, Ramãozinho.
Pratos: arroz de carreteiro, mandioca, peixes.

Região Nordeste

Danças: frevo, bumba-meu-boi, maracatu, baião, capoeira, caboclinhos, bambolê, congada, carvalhada e cirandas.
Festas: Senhor do Bonfim, Nossa Senhora da Conceição, Iemanjá, na Bahia; Missa do Vaqueiro, Paixão de Cristo, em Pernambuco; romarias - destaca-se a de Juazeiro do Norte, no Ceará.
Pratos - Arroz de Hauçá, Baba-de Moça, Frigideira de camarão, Bolo-de-Milho e outros.

Região Norte

Danças: marujada, carimbó, boi-bumbá, ciranda.
Festas: Círio de Nazaré (Belém), indígenas.
Artesanato: cerâmica marajoara, máscaras indígenas, artigos feitos em palha.
Lenda: Sumaré, Iara, Curupira, da Vitória-régia, Mandioca, Uirapuru.
Pratos: caldeirada de tucunaré, tacacá, tapioca, prato no tucupi .

Principais manifestações folclóricas:

BUMBA-MEU-BOI - Auto ou drama pastoril que por tradição é representado durante o período natalino, como sobrevivência das festividades cristãs medievais, em que o culto do boi se fazia em homenagem ao nascimento de Cristo. De tradição luso-ibérica do século XVI, nasceu dos escravos e pessoas agregadas aos engenhos e fazendas.

PASTORIL - Festa de origem portuguesa, onde "pastoras" vestidas de azul e encarnado, se apresentam diante do presépio em atitude de louvor ao Menino Jesus. Representado durante o Natal.

REISADO - De origem ibérica, é caracterizada por um grupo de pessoas que se reúne para cantar e louvar o nascimento de Cristo. Os praticantes personificam a história dos gladiadores romanos, dos três reis magos e a perseguição aos cristãos. A época principal de exibição são as festividades natalinas, sobretudo no período dos Santos Reis, e o local é de preferência diante de uma lapinha ou presépio. O enredo mais autêntico é registrado em Juazeiro do Norte.

CANINHA VERDE - Dança-cordão de origem portuguesa, introduzida no Brasil durante o ciclo da cana-de-açúcar. Apresenta também elementos de outros folguedos, tais como: casamento matuto (quadrilha junina), mestres e a formação de cordões (pastoril).

DANÇA DO COCO - Surgiu nos engenhos de açúcar, entre os negros existentes no Ceará. Nasceu da cantiga de trabalho, ritmada pela batida das pedras quebrando os frutos, transformando-se, posteriormente, em dança, surgindo uma variedade de temas e formas de coco (coco de praia, do qual participa apenas o elemento masculino, e o coco do sertão, dançando aos pares, homens e mulheres). Dançado em roda, numa forma rítmica altamente contagiante e sensual.

MANEIRO PAU - Surgiu na região do Cariri na época do cangaço. Caracteriza-se por uma dança cujo entrechoque dos cacetes e o coro dos dançarinos produzem a musicalidade e a percussão necessárias. No Crato, o grupo de Maneiro Pau associado à Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto realiza a dança com características dramáticas. É representado nos sítios, subúrbios e pés-de-serra do Crato e cidades vizinhas por ocasião de comemorações diversas.

MARACATU - De origem africana, consiste num desfile de reis. Apresenta-se em forma de cortejo carnavalesco que baila ao som de instrumentos de percussão, acompanhando uma mulher que na extremidade de um bastão conduz uma bonequinha ricamente enfeitada - a calunga. A dança se dá em passos lentos e cadenciados.
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Boitatá
Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".
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Boto
Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.
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Curupira
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.
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Lobisomem
Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.
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Mãe-D'água
Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.
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Corpo-seco
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.
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Mula-sem-cabeça
Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.
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Saci-Pererê
O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.
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Comadre Florzinha
É uma fada pequena que vive nas florestas do Brasil. Vaidosa e maliciosa possui cabelos compridos e enfeitados com flores coloridas. Vive para proteger a fauna e a flora. Junto com suas irmãs, vivem aplicando sustos e travessuras nos caçadores e pessoas que tentam desmatar a floresta.
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Bicho Papão
Monstro grande, peludo, feio e comilão que assusta as crianças teimosas e desobedientes durante a noite. De acordo com o folclore, ele fica nos telhados das casas, esperando o momento certo de atacar. Esta lenda foi muito usada pelos pais do passado, como "recurso educativo" para ensinar as crianças, através do medo, a importância de respeitar e obedecer aos pais.
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Curiosidades:
- É comemorado com eventos e festas, no dia 22 de Agosto, aqui no Brasil, o Dia do Folclore.
- Em 2005, foi criado do Dia do Saci, que deve ser comemorado em 31 de outubro. Festas folclóricas ocorrem nesta data em homenagem a este personagem. A data, recém criada, concorre com a forte influência norte-americana em nossa cultura, representada pela festa do Halloween - Dia das Bruxas.
- A palavra folclore é de origem inglesa. O termo "folk", em inglês, significa povo, enquanto "lore" significa cultura.
- Muitas festas populares, que ocorrem no mês de Agosto, possuem temas folclóricos como destaque e também fazem parte da cultura popular.


segunda-feira, 11 de agosto de 2014

SUPER LUA - AGOSTO/2014

SUPER LUA
Este fenômeno é o mais expressivo dos três que ocorrem neste ano. A Lua nasce às 20.16, hora de Lisboa, e se o horizonte estiver descoberto mostrará uma Lua maior do que é comum. Planetário faz observações

Hoje a Lua ergue-se no horizonte quando forem 20.16 e, se não houver nuvens no céu, volta a mostrar-se como uma super Lua. Em fase de lua cheia e a passar, mais minuto, menos minuto, pelo ponto da sua órbita que fica mais próximo da Terra (o perigeu) surgirá aparentemente maior do que é costume. Por isso lhe chamam super. Esta é a segunda do ano - a primeira ocorreu a 12 de julho e a próxima vai acontecer a 9 de setembro - e é também a mais expressiva de todas.
As super. luas ocorrem quando a fase de lua cheia coincide com a passagem da Lua, na sua órbita de 27,32 dias em torno da Terra, no ponto mais próximo entre os dois astros. Nestas ocasiões o disco lunar surge maior no céu. O contrário também é verdade: quando a lua cheia ocorre na passagem do ponto mais distante da Terra, o apogeu, o disco lunar surge também um pouco menor no céu.
Fenômeno da Super lua, que faz com que a nossa percepção seja de uma Lua 14% maior e 30% mais brilhante, foi visto também no Brasil, neste domingo 10 de agosto de 2014. O fenômeno acontece pela segunda vez no ano (tivemos uma em julho e outra ocorrerá em setembro), mas o de hoje é a maior lua vista em 2014.
A Super lua acontece porque nosso satélite natural estará a “apenas” 356.896 quilômetros da Terra, ou seja, uma distância menor do que o normal.
O apogeu (quando ela está mais longe do nosso planeta) ocorre alguns dias depois, em 24 de agosto. A Lua estará a 406.522 quilômetros de distância.
Países de fuso horário adiantado em relação ao Brasil já observaram o fenômeno que teve seu ápice às 14h44 (horário de Brasília).




Trabalho realizado pela Profª Carleide Cavalcante de Oliveira

domingo, 27 de julho de 2014

ILUSTRES POETAS PARAIBANOS QUE DEIXARAM SUA MARCA REGISTRADA


PROFESSOR /ESCRITOR E DRAMATURGO 
ARIANO SUASSUNA

BIOGRAFIA

Ariano Vilar Suassuna nasceu na então Cidade da Paraíba, hoje denominada João Pessoa, no dia 16 de junho de 1927, filho de Cássia Vilar e João Suassuna. No ano seguinte, seu pai deixa o governo da Paraíba e a família passa a morar no Sertão, na Fazenda Acauã, em Aparecida da Paraíba.
Com a Revolução de 1930, seu pai foi assassinado por motivos políticos no Rio de Janeiro e a família mudou-se para Taperoá, onde morou de 1933 a 1937. Nessa cidade, Ariano fez seus primeiros estudos e assistiu pela primeira vez a uma peça de mamulengos e a um desafio de viola, cujo caráter de “improvisação” seria uma das marcas registradas também da sua produção teatral.
A partir de 1942 passou a viver no Recife, onde terminou, em 1945, os estudos secundários no Ginásio Pernambucano, no Colégio Americano Batista e no Colégio Osvaldo Cruz. No ano seguinte iniciou a Faculdade de Direito, onde conheceu Hermilo Borba Filho. E, junto com ele, fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma Mulher Vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as Harpas de Sião (ou O Desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Os Homens de Barro foi montada no ano seguinte.
Em 1950, formou-se na Faculdade de Direito e recebeu o Prêmio Martins Pena pelo Auto de João da Cruz. Para curar-se de doença pulmonar, viu-se obrigado a mudar-se de novo para Taperoá. Lá escreveu e montou a peça Torturas de um Coração em 1951. Em 1952, volta a residir em Recife. Deste ano a 1956, dedicou-se à advocacia, sem abandonar, porém, a atividade teatral. São desta época O Castigo da Soberba (1953), O Rico Avarento (1954) e o Auto da Compadecida (1955), peça que o projetou em todo o país e que seria considerada, em 1962, por Sábato Magaldi “o texto mais popular do moderno teatro brasileiro”.
Em 1956, abandonou a advocacia para tornar-se professor de Estética na Universidade Federal de Pernambuco. No ano seguinte foi encenada a sua peça O Casamento Suspeitoso, em São Paulo, pela Cia. Sérgio Cardoso, e O Santo e a Porca; em 1958, foi encenada a sua peça O Homem da Vaca e o Poder da Fortuna; em 1959, A Pena e a Lei, premiada dez anos depois no Festival Latino-Americano de Teatro.
Em 1959, em companhia de Hermilo Borba Filho, fundou o Teatro Popular do Nordeste, que montou em seguida a Farsa da Boa Preguiça (1960) e A Caseira e a Catarina (1962). No início dos anos 60, interrompeu sua bem-sucedida carreira de dramaturgo para dedicar-se às aulas de Estética na UFPE. Ali, em 1976, defende a tese de livre-docência A Onça Castanha e a Ilha Brasil: Uma Reflexão sobre a Cultura Brasileira. Aposenta-se como professor em 1994.
Membro fundador do Conselho Federal de Cultura (1967); nomeado, pelo Reitor Murilo Guimarães, diretor do Departamento de Extensão Cultural da UFPE (1969). Ligado diretamente à cultura iniciou em 1970, em Recife, o “Movimento Armorial”, interessado no desenvolvimento e no conhecimento das formas de expressão populares tradicionais. Convocou nomes expressivos da música para procurarem uma música erudita nordestina que viesse juntar-se ao movimento, lançado em Recife, em 18 de outubro de 1970, com o concerto “Três Séculos de Música Nordestina – do Barroco ao Armorial” e com uma exposição de gravura, pintura e escultura. Secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, no Governo Miguel Arraes (1994-1998).
Entre 1958-79, dedicou-se também à prosa de ficção, publicando o Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971) e História d’O Rei Degolado nas Caatingas do Sertão / Ao Sol da Onça Caetana (1976), classificados por ele de “romance armorial-popular brasileiro”.
Ariano Suassuna construiu em São José do Belmonte, onde ocorre a cavalgada inspirada no Romance d’A Pedra do Reino, um santuário ao ar livre, constituído de 16 esculturas de pedra, com 3,50 m de altura cada, dispostas em círculo, representando o sagrado e o profano. As três primeiras são imagens de Jesus Cristo, Nossa Senhora e São José, o padroeiro do município.
Membro da Academia Paraibana de Letras e Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (2000).
Em 2004, com o apoio da ABL, a Trinca Filmes produziu um documentário intitulado O Sertão: Mundo de Ariano Suassuna, dirigido por Douglas Machado e que foi exibido na Sala José de Alencar.
Ariano Suassuna, durante evento pró-equidade de gênero e diversidade, em Brasília, 2007.
Em 2002, Ariano Suassuna foi tema de enredo no carnaval carioca na escola de samba Império Serrano; em 2008, foi novamente tema de enredo, desta vez da escola de samba Mancha Verde no carnaval paulista. Em 2013 sua mais famosa obra, o Auto da Compadecida será o tema da escola de samba Pérola Negra em São Paulo.
Em 2006, foi concedido título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Ceará, mas que veio a ser entregue apenas em 10 de junho de 2010, às vésperas de completar 83 anos. "Podia até parecer que não queria receber a honraria, mas eram problemas de agenda", afirmou Ariano, referindo-se ao tempo entre a concessão e o recebimento do título.
Durante o mandato de Eduardo Campos, Suassuna foi assessor especial do Governo de Pernambuco até abril de 2014.
Ariano Suassuna era torcedor do Sport Club do Recife.

MORTE

Ariano morreu no dia 23 de julho de 2014 no Real Hospital Português, no Recife, onde deu entrada na noite do dia 21 vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), passando por procedimento cirúrgico com colocação de dois drenos para controlar a pressão intracraniana. Ele ficou em coma e respirando por ajuda de aparelhos.
Estudos
Em 1942, ainda adolescente, Ariano Suassuna muda-se para cidade do Recife, no vizinho estado de Pernambuco, onde passou a residir definitivamente. Estudou o antigo ensino ginasial no renomado Colégio Americano Batista, e o antigo colegial (ensino médio), no tradicionalíssimo Ginásio Pernambucano e, posteriormente, no Colégio Oswaldo Cruz. Posteriormente, Ariano Suassuna concluiu seu estudo superior em Direito (1950), na célebre Faculdade de Direito do Recife, e em Filosofia (1964).
De formação calvinista e posteriormente agnóstico, converteu-se ao catolicismo, o que viria a marcar definitivamente a sua obra.
Ariano Suassuna estreou seus dons literários precocemente no dia 7 de outubro de 1945, quando o seu poema "Noturno" foi publicado em destaque no Jornal do Commercio do Recife.

ADVOCACIA E TEATRO 

Na Faculdade de Direito do Recife, conheceu Hermilo Borba Filho, com quem fundou o Teatro do Estudante de Pernambuco. Em 1947, escreveu sua primeira peça, Uma mulher vestida de Sol. Em 1948, sua peça Cantam as harpas de Sião (ou O desertor de Princesa) foi montada pelo Teatro do Estudante de Pernambuco. Seguiram-se Auto de João da Cruz, de 1950, que recebeu o Prêmio Martins Pena, o aclamado Auto da Compadecida, de 1955, O Santo e a Porca - O Casamento Suspeitoso, de 1957, A Pena e a Lei, de 1959, A Farsa da Boa Preguiça, de 1960, e A Caseira e a Catarina, de 1961.
Entre 1951 e 1952, volta a Sousa, para curar-se de uma doença pulmonar. Lá escreveu e montou Torturas de um coração. Em seguida, retorna a Recife, onde, até 1956, dedica-se à advocacia e ao teatro.
Em 1955, Auto da Compadecida o projetou em todo o país. Em 1962, o crítico teatral Sábato Magaldi diria que a peça é "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". Sua obra mais conhecida, já foi montada exaustivamente por grupos de todo o país, além de ter sido adaptada para a televisão e para o cinema.
Em 1956, afasta-se da advocacia e se torna professor de Estética da Universidade Federal de Pernambuco, onde se aposentaria em 1994. Em 1976, defende sua tese de livre-docência, intitulada "A Onça castanha e a Ilha Brasil: uma reflexão sobre a cultura brasileira".
Ariano acredita que: "Você pode escrever sem erros ortográficos, mas ainda escrevendo com uma linguagem coloquial."
Academia Paraibana de Letras
Assumiu a cadeira 35 na Academia Paraibana de Letras em 9 de outubro de 2000, cujo patrono é Raul Campelo Machado, sendo recepcionado pelo acadêmico Joacil de Brito Pereira.


OBRAS SELECIONADAS

  • Uma mulher vestida de Sol, (1947);
  • Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa, (1948);
  • Os homens de barro, (1949);
  • Auto de João da Cruz, (1950);
  • Torturas de um coração, (1951);
  • O arco desolado, (1952);
  • O castigo da soberba, (1953);
  • O Rico Avarento, (1954);
  • Auto da Compadecida, (1955);
  • O casamento suspeitoso, (1957);
  • O santo e a porca, (1957);
  • O homem da vaca e o poder da fortuna, (1958);
  • A pena e a lei, (1959);
  • Farsa da boa preguiça, (1960);
  • A Caseira e a Catarina, (1962);
  • As conchambranças de Quaderna, (1987);
  • Fernando e Isaura, (1956)"inédito até 1994".


AUTO DA COMPADECIDA



Escrito em 1955 e encenado, pela primeira vez, em 1956, o Auto da Compadecida consagrou Ariano Suassuna como escritor e autor teatral. Prosa Poesia e Arte transcreve, aqui, a cena final, do julgamento, onde a Compadecida (Nossa Senhora) é a advogada que se contrapõe ao Encourado (o demônio), ante o juiz Manoel (Jesus Cristo, que no auto é negro).

Por Ariano Suassuna



                  
                                       UMA MULHER VESTIDA DE SOL




O PARQUE SOLON DE LUCENA "LAGOA" É UM DOS MAIS CONHECIDOS CARTÕES POSTAIS DE JOÃO PESSOA, GANHOU ESTE MONUMENTO EM HOMENAGEM À CULTURA NORDESTINA. É UMA ESCULTURA EM FORMATO DE "TOTEM". PENSADA E REPRODUZIDA PELO ARTISTA VISUAL MIGUEL DOS SANTOS, QUE DEFINE SUA OBRA COMO UMA HOMENAGEM AO IMAGINÁRIO DO POVO PARAIBANO E BRASILEIRO.

O MONUMENTO É INTITULADO DE "A PEDRA DO REINO", REFERÊNCIA À OBRA DO ESCRITOR E DRAMATURGO PARAIBANO ARIANO SUASSUNA. A ESCULTURA TEM CERCA DE OITO METROS E CINQUENTA CENTÍMETROS FOI CONFECCIONADA A PARTIR DE TRÊS ELEMENTOS: CONCRETO, AÇO E CERÂMICA. NO TOPO, DOIS ROSTOS, UM VOLTADO PARA A REGIÃO DO SERTÃO, QUE RETRATA ARIANO SUASSUNA, E O OUTRO EM DIREÇÃO AO MAR, CUJA FIGURA É A DE JOÃO SUASSUNA, PAI DE ARIANO E TAMBÉM EX-PRESIDENTE DA PARAÍBA, CARGO HOJE INTITULADO DE GOVERNADOR. 
PARQUE SOLON DE LUCENA -"LAGOA"


Romance

  • A História de amor de Fernando e Isaura, (1956);
  • O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta, (1971);
  • História d'O Rei Degolado nas caatingas do sertão /Ao sol da Onça Caetana, (1976)
Palestras

  • Defesa contra a teoria da evolução.
Poesia

  • O pasto incendiado, (1945-1970);
  • Ode, (1955);
  • Sonetos com mote alheio, (1980);
  • Sonetos de Albano Cervo Negro, (1985);
  • Poemas (antologia), (1999).

Violeiros e cirandas: poesia improvisada


Este texto foi escrito a pedido do jornalista Aluízio Falcão como parte explicativa da coleção Música Popular do Nordeste, de 1975 (ela compunha um mapeamento musical do Brasil organizado com Marcus Pereira). Mais tarde, em 1997, foi publicado na revista Estudos Avançados.   

Por Ariano Suassuna  


A poesia popular do Nordeste pode se classificar em dois grupos bem caracterizados: a literatura de cordel e a poesia improvisada dos cantadores. O nosso romanceiro é, sem dúvida, originário do ibérico, mas tem hoje fisionomia própria, inclusive pela riqueza e variedade das formas de estrofes usadas. Dessas estrofes, as mais utilizadas são a sextilha, a décima de sete sílabas e o martelo agalopado, décima de dez sílabas cuja estrutura é a mesma usada no século de ouro na Península Ibérica.
Tais estrofes são as mais importantes tanto nos romances quanto nos desafios da poesia improvisada, existindo ainda, porém, o mourão, o galope à beira-mar, o martelo gabinete (sextilha de dez sílabas) entre outras formas menos importantes. Entretanto, apesar de se tornarem cada vez mais raros, ainda encontramos no sertão alguns romances ibéricos ou iberizantes compostos na forma monorrímica.
A cantoria, ou desafio, é a forma usada para a poesia improvisada. Dois cantadores, de viola em punho, às vezes durante toda uma noite, improvisam à maneira dos tensons provençais. O que existe de melhor nesses desafios é o tom jocoso, satírico.
– Vá me buscar um carneiro 
que seja mocho e pelado, 
com uma estrela na testa, 
com os quatro pés manchados, 
de rabo branco e comprido 
e com o couro malhado.
– Meu colega, me desculpe, 
você errou o terreiro. 
Vá bater em outra porta, 
procurar noutro roteiro: 
encomenda como essa 
só feita ao pai-de-chiqueiro
Esse tom satírico e jocoso, aliás, reaparece também na literatura de cordel, nos romances compostos, impressos em folhetos e vendidos nas feiras. Os ciclos desse romanceiro podem ser assim agrupados: ciclos heróico; maravilhoso; religioso e de moralidades; cômico, satírico e picaresco; histórico e circunstancial; de amor e fidelidade. No ciclo cômico, satírico e picaresco reaparece o mesmo tom jocoso, às vezes beirando a obscenidade, como sempre acontece nas formas de literatura popular. Disso é exemplo a seguinte sextilha, do cantador paraibano Firmino de Paula e citada por Zita de Andrade Lima:
Atirou-lhe à queima-roupa 
porém naquele momento 
o menino desviou-se 
e veloz igual ao vento 
deu-lhe um grande pontapé 
no valor do casamento.
No ciclo heróico, constituído pelos romances épicos e trágicos e, principalmente, pelas gestas do cangaço, encontramos estrofes como esta:
O Alferes pegou do rifle, 
ficou o mundo tinindo, 
era o dedo amolegando 
o fumaceiro cobrindo 
batendo as balas em Vilela, 
voltando prá trás, zunindo.
Às vezes, porém, no ciclo heróico, no meio de um romance épico – ou em que se misturam o épico e o maravilhoso – como em A chegada de Lampeão no inferno, aparece o cangaceiro heróico, como se fosse um sansão sertanejo, armado com uma caveira de boi; o cantador aproveita para misturar ao tom heróico um acento cômico, como na seguinte estrofe de sete pés:
Lampeão pode pegar 
uma caveira de boi 
Sacudiu na testa dum, 
ele só fez dizer: Oi! 
Ainda correu dez braças 
e caiu, enchendo as calças, 
mas eu não sei do que foi!
No ciclo cômico, satírico e picaresco, encontramos, às vezes, títulos de sabor clássico como: A desventura de um corno ganancioso, que parece nome de um conto de Boccaccio. O que, aliás, não é de admirar, por encontrarmos, no romanceiro nordestino, devidamente versadas, a História de dona Genevra, tirada do Decameron, e a História de Romeu e Julieta. No ciclo do maravilhoso, encontramos histórias do tipo A moça que virou cobra e A mãe de calor de figo, como também todas "as pelejas em que o Diabo aparece". O Romance do pescador que tinha fé em Deus é do ciclo religioso e de moralidades. No ciclo histórico e circunstancial agrupam-se os comentários dos poetas populares aos acontecimentos do dia: é o caso do folheto A renúncia do presidente Jânio Quadros.
A importância do romanceiro popular do Nordeste é imensa e cresce a cada dia. Quando não sua forma, seu espírito está presente em toda a melhor literatura nordestina, bastando citar, no romance, o nomes de José Lins do Rego e Guimarães Rosa, ou de Joaquim Cardozo e João Cabral de Melo Neto, na poesia, entre os que criaram sua obra na linhagem do romanceiro para mostrar como essa literatura popular é importante para que se entenda a Arte brasileira e o próprio Brasil. É que, com a História de Carlos Magno e os doze pares de França e outros vestígios do romanceiro carolíngio, assim como com histórias européias, árabes etc., o romanceiro nordestino é uma espécie de ligação entre a tradição mediterrânea e o povo brasileiro de hoje.
Em sua poesia encontramos décimas quase surrealistas, como esta:
No tempo em que os ventos suis 
faziam estragos gerais 
fiz barrocas nos quintais 
semeei cravos azuis. 
Nasceram esses tafuis amarelos como cidro 
Prometi a Santo Izidro 
levá-los, quando lá for 
com muito jeito e amor 
em uma taça de vidro. 
Ou, então, martelos como este.
Quando as tripas da terra mal se agitam 
e os metais derretidos se confundem 
e os escuros diamantes que se fundem 
das crateras ao ar se precipitam 
as vulcânicas ondas que vomitam 
grossas bagas de ferro incendiado 
em redor deixam tudo sepultado 
só com o som da viola que me ajuda, 
treme o sol, treme a terra, o tempo muda 
eu cantando o martelo agalopado.
E um romanceiro que tem versos como este não precisa de mais nada para demonstrar importância.
 
Fonte: Estudos Avançados, Vol. 11, nº 29, Janeiro/abril de 1997



23 DE JULHO DE 2014, MORREU O ILUSTRE PARAIBANO PROFESSOR, ESCRITOR, POETA E DRAMATURGO ARIANO SUASSUNA AOS 87 ANOS. 
(*1927 +2014)
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POETA AUGUSTO DOS ANJOS
 BIOGRAFIA


Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, Paraíba, no dia 20 de abril de 1884. Aprendeu com seu pai, bacharel, as primeiras letras. Fez o curso secundário no Liceu Paraibano, já sendo dado como doentio e nervoso por testemunhos da época. De uma família de proprietários de engenhos, assiste, nos primeiros anos do século XX, à decadência da antiga estrutura latifundiária, substituída pelas grandes usinas. Em 1903, matricula-se na Faculdade de Direito do Recife, formando-se em 1907. Ali teve contato com o trabalho "A Poesia Científica", do professor Martins Junior. Formado em direito, não advogou; vivia de ensinar português. Casou-se, em 04 de julho de 1910, com Ester Fialho. Nesse ano, em conseqüência de desentendimento com o governador, é afastado do cargo de professor do Liceu Paraibano. Muda-se para o Rio de Janeiro e dedica-se ao magistério. Lecionou geografia na Escola Normal, depois Instituto de Educação, e no Ginásio Nacional, depois Colégio Pedro II, sem conseguir ser efetivado como professor. Em 1911, morre prematuramente seu primeiro filho. Em fins de 1913 mudou-se para Leopoldina MG, onde assumiu a direção do grupo escolar e continuou a dar aulas particulares. Seu único livro, "Eu", foi publicado em 1912. Surgido em momento de transição, pouco antes da virada modernista de 1922, é bem representativo do espírito sincrético que prevalecia na época, parnasianismo por alguns aspectos e simbolista por outros. Praticamente ignorado a princípio, quer pelo público, quer pela crítica, esse livro que canta a degenerescência da carne e os limites do humano só alcançou novas edições graças ao empenho de Órris Soares (1884-1964), amigo e biógrafo do autor.
Cético em relação às possibilidades do amor ("Não sou capaz de amar mulher alguma, / Nem há mulher talvez capaz de amar-me"), Augusto dos Anjos fez da obsessão com o próprio "eu" o centro do seu pensamento. Não raro, o amor se converte em ódio, as coisas despertam nojo e tudo é egoísmo e angústia em seu livro patético ("Ai! Um urubu pousou na minha sorte"). A vida e suas facetas, para o poeta que aspira à morte e à anulação de sua pessoa, reduzem-se a combinações de elementos químicos, forças obscuras, fatalidades de leis físicas e biológicas, decomposições de moléculas. Tal materialismo, longe de aplacar sua angústia, sedimentou-lhe o amargo pessimismo ("Tome, doutor, essa tesoura e corte / Minha singularíssima pessoa"). Ao asco de volúpia e à inapetência para o prazer contrapõe-se porém um veemente desejo de conhecer outros mundos, outras plagas, onde a força dos instintos não cerceie os vôos da alma ("Quero, arrancado das prisões carnais, / Viver na luz dos astros imortais").
A métrica rígida, a cadência musical, as aliterações e rimas preciosas dos versos fundiram-se ao esdrúxulo vocabulário extraído da área científica para fazer do "Eu" — desde 1919 constantemente reeditado como "Eu e outras poesias" — um livro que sobrevive, antes de tudo, pelo rigor da forma. Com o tempo, Augusto dos Anjos tornou-se um dos poetas mais lidos do país, sobrevivendo às mutações da cultura e a seus diversos modismos como um fenômeno incomum de aceitação popular. Vitimado pela pneumonia aos trinta anos de idade, morreu em Leopoldina em 12 de novembro de 1914.
O poema acima foi incluído no livro "Os Cem Melhores Poemas Brasileiros do Século", organizado por Ítalo Moriconi para a Editora Objetiva - Rio de Janeiro, 2001, pág. 61.
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VERSOS ÍNTIMOS 


1 - Última Quimera

Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!

Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.

Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!

Augusto dos Anjos
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2 - Psicologia de um vencido

Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênese da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.

Profundissimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.

Já o verme — este operário das ruínas
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,

Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!

Augusto dos Anjos
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3 - Solitário

Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!

Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta...
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!

Mas tu não vieste ver minha Desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
- Velho caixão a carregar destroços -

Levando apenas na tumba carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!

Augusto dos Anjos
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4 - Ecos D'Alma

Oh! madrugada de ilusões, santíssima,
Sombra perdida lá do meu Passado,
Vinde entornar a clâmide puríssima
Da luz que fulge no ideal sagrado!

Longe das tristes noites tumulares
Quem me dera viver entre quimeras,
Por entre o resplendor das Primaveras
Oh! madrugada azul dos meus sonhares.

Mas quando vibrar a última balada
Da tarde e se calar a passarada
Na bruma sepulcral que o céu embaça

Quem me dera morrer então risonho
Fitando a nebulosa do meu sonho
E a Via-Látea da Ilusão que passa!
Augusto dos Anjos

A Esperança

A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença,
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.

Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?

Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a Crença do fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro -- avança!

E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da Morte a me bradar; descansa!


Augusto dos Anjos
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5 - Primavera

Primavera gentil dos meus amores,
- Arca cerúlea de ilusões etéreas,
Chova-te o Céu cintilações sidéreas
E a terra chova no teu seio flores!

Esplende, Primavera, os teus fulgores,
Na auréola azul, dos dias teus risonhos,
Tu que sorveste o fel das minhas dores
E me trouxeste o néctar dos teus sonhos!

Cedo virá, porém, o triste outono,
Os dias voltarão a ser tristonhos
E tu hás de dormir o eterno sono,

Num sepulcro de rosas e de flores,
Arca sagrada de cerúleos sonhos,
Primavera gentil dos meus amores!

Augusto dos Anjos

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                                POETA RONALDO CUNHA LIMA

RONALDO JOSÉ DA CUNHA LIMA (*Guarabira18 de março de 1936  +João Pessoa7 de julho de 2012) foi um Advogado, Promotor de Justiça, Professor, Poeta e Político brasileiro. Durante sua carreira política foi Vereador de Campina Grande, Deputado Estadual da Paraíba por dois mandatos consecutivos, Prefeito de Campina Grande em duas ocasiões, Governador da Paraíba, Senador da República e eleito Deputado Federal por duas vezes. Também é pai do ex-governador e atual Senador da ParaíbaCássio Cunha Lima.
Durante o período no qual era Governador cometeu uma tentativa de homicídio, disparando três tiros contra o seu antecessor, Tarcísio, em um restaurante da capital João Pessoa, no episódio conhecido como "Caso Gulliver". Em 31 de outubro de 2007 renunciou ao cargo de Deputado Federal para não ser julgado pelo processo do "Caso Gulliver" no Supremo Tribunal Federal.
Morreu aos 76 anos, devido a um câncer no pulmão do qual sofria desde 2011.


BIOGRAFIA

Estudou no Colégio Pio X e no Colégio Estadual do Prata em Campina Grande. Bacharelou-se em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba. Foi casado com Maria da Glória Rodrigues da Cunha Lima com quem tiveram 4 filhos: Ronaldo Cunha Lima Filho, Cássio Cunha Lima, Glauce (Gal) Cunha Lima e Savigny Cunha Lima.
Em 1951 iniciou a vida como vendedor de jornais, depois como garçom, no restaurante do seu irmão Aluísio, e trabalhou na Associação Comercial de Campina Grande, na Rede Ferroviária do Nordeste e no Cartório de Dona Nevinha Tavares. Tudo isso para custear os seus estudos e ajudar nas despesas domésticas, porque o seu pai, Demóstenes Cunha Lima ex-prefeito de Araruna, faleceu muito cedo, deixando sua mãe Dona "Nenzinha" com a responsabilidade de criar e educar uma família numerosa. Ronaldo também desde jovem, já demonstrava vocação para a política.


CARREIRA POLÍTICA

Ainda estudante, Ronaldo foi representante estudantil e vice-presidente do Centro Estudantil Campinense.
Começou a sua carreira política sendo Vereador de Campina Grande pelo Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), Deputado Estadual por dois mandatos, e Prefeito eleito em 1968, já pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Em 14 de março de 1969 teve os seus direitos políticos cassados, passando dez anos no ostracismo, indo para São Paulo e depois para o Rio de Janeiro recomeçando a sua carreira de advogado. Anistiado, em 1982, foi reconduzido à Prefeitura de Campina Grande pelo voto popular, no seu mandato à frente da PMCG (1983/1989) teve como Vice-Prefeito Antônio de Carvalho Souza, um vice muito atuante na Administração, o qual assumiu a titularidade da gestão por trinta e três vezes no curso do mandato. Reconstruiu o Parque do Povo que por sua vez foi idealizado e primeiramente construído pelo ex-Deputado Federal Enivaldo Ribeiro, a terceira adutora, a Casa do Poeta, dentre outras obras. Foi Governador do Estado da Paraíba (1991/1994), Senador da República (1995/2002) e foi Deputado Federal, eleito em pela 1ª vez em 2002 com mais de 95 mil votos e reeleito em 2006 com 124.192 votos.


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ESCRITOR E POETA JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA


JOSÉ AMÉRICO DE ALMEIDA (*Areia10 de janeiro de 1887   +João Pessoa10 de março de1980)foi um escritor (romancista,ensaístapoeta e cronista), políticoadvogadoprofessor universitáriofolclorista e sociólogo brasileiro.
Formou-se em direito pela Faculdade de Direito do Recife em 1908, tendo sido promotor público da comarca do Recife, promotor público da comarca de Sousa na Paraíba, procurador geral do estado da Paraíba aos vinte e quatro anos de idade, secretário de governo, deputado federal, interventor, ministro da Viação e Obras Públicas nos dois governos de Getúlio Vargas, senador, ministro do Tribunal de Contas da União, governador da Paraíba, fundador da Universidade Federal da Paraíba e seu primeiro reitor. Américo chegou a ser pré-candidato à Presidência da República, apoiado por Vargas para as eleições de 1938, porém as mesmas não aconteceram, em razão do golpe dado por Getúlio em 1937, que deu início à ditadura do Estado Novo.


Destacou-se no cenário nacional com a publicação de A bagaceira (1928), romance inaugural do chamado Romance de 30.
O documentário "O Homem de Areia" (1981) de Vladimir Carvalho, conta a trajetória de vida de José Américo de Almeida. Pouco depois do início, Jorge Amado e sua esposa aparecem e homenageiam José Américo e sua obra "A Bagaceira". Amado diz que se não tivesse lido o livro de José Américo, não teria escrito Cacau.
José Américo concede uma longa entrevista na qual responde perguntas sobre momentos históricos da política do país que testemunhou e protagonizou, iniciando com a crise na Paraíba que culminou com o assassinato do presidente João Pessoa. Afirma que, como político, não era eficiente no dia a dia dos governos, mas era capaz de arregimentar e aglutinar as massas com seus discursos em praça pública. Cita a frase de sua autoria "Vamos fazer a política dos pobres, pois a dos ricos já está feita". O escritor Ariano Suassuna aparece em breve depoimento comentando os fatos narrados por José Américo (de quem era adversário político) em suas memórias sobre João Dantas (que assassinou João Pessoa). José Américo também fala sobre Luis Carlos Prestes. Disse que a Coluna Prestes só fazia inimigos por onde passou no Nordeste, em função de constantemente praticarem roubos de bens da populações simples. Ele conta que dizia que se fossem fazer a revolução, "que não roubassem cavalos!".
Outra personalidade com quem o escritor conviveu foi Getúlio Vargas. Depois de chegar ao poder após a Revolução de 1930, José Américo sofreu um golpe de Getúlio ao ter a sua candidatura ao Governo em 1937 impedida pela instalação do Estado Novo. Em 1945, José Américo deu uma entrevista em favor da liberdade da imprensa e com a repercussão da mesma, conta que Getúlio achou que ele contasse com uma grande força por trás, o que teria favorecido a saída do governo do ditador pouco tempo depois. Em 1954, José Américo, que tinha reatado com Getúlio e assumira um ministério, era favorável à renúncia, quando recebeu a notícia do suicídio do Presidente. Já nos anos finais da vida, quando se falava em Abertura política, José Américo é indagado sobre a Reforma Agrária e a distribuição das terras banhadas pelos açudes. Construções, aliás, sobre os quais se dizia que só beneficiavam as terras dos grandes proprietários nordestinos.
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                     ESCRITOR JOSÉ LINS DO REGO
José Lins do Rego Cavalcanti (*Pilar3 de junho de 1901 — +Rio de Janeiro, 12 de setembro de 1957) foi um escritor brasileiro que, ao lado de Graciliano RamosÉrico Veríssimo e Jorge Amado, figura como um dos romancistas regionalistas mais prestigiosos da literatura nacional.  Segundo Otto Maria Carpeaux, José Lins era "o último dos contadores de histórias."  Seu romance de estreia, Menino de Engenho (1932), foi publicado com dificuldade, todavia logo foi elogiado pela crítica.
José Lins escreveu cinco livros a que nomeou "Ciclo da cana-de-açúcar", numa referência ao papel que nele ocupa a decadência do engenho açucareiro nordestino, visto de modo cada vez menos nostálgico e mais realista pelo autor: Menino de EngenhoDoidinho (1933), Banguê (1934), O Moleque Ricardo (1935), e Usina (1936). Sua obra regionalista, contudo, não se encaixa somente na denúncia sócio-política, mas, como afirmou Manuel Cavalcanti Proença, igualmente em sua "sensibilidade à flor da pele, na sinceridade diante da vida, na autenticidade que o caracterizavam."
José Lins nasceu na Paraíba; seus antepassados, que eram em grande parte senhores de engenho, legaram ao garoto a riqueza do engenho de açúcar que lhe ocupou toda a infância. Seu contato com o mundo rural do Nordeste lhe deu a oportunidade de, nostalgicamente e criticamente, relatar suas experiências através das personagens de seus primeiros romances. Lins era ativo nos meios intelectuais. Ao matricular-se em 1920 na Faculdade de Direito do Recife ampliou seus contatos com o meio literário de Pernambuco, tornando-se amigo de José Américo de Almeida (autor de A Bagaceira). Em 1926, partiu para o Maceió, onde se reunia com Graciliano RamosRachel de QueirozAurélio Buarque de Holanda e Jorge de Lima. Quando partiu para o Rio de Janeiro, em 1935, conquistou ainda mais a crítica e colaborou para a imprensa, escrevendo para os Diários Associados e O Globo.
É atribuída a José Lins do Rego a invenção de um novo romance moderno brasileiro. O conjunto de sua obra é um marco histórico na literatura regionalista por representar o declínio do Nordeste canavieiro. Alguns críticos acreditam que o autor ajudou a construir uma nova forma de escrever fundada na "obtenção de um ritmo oral", que foi tornada possível pela liberdade conquistada e praticada pelos modernistas de 1922. Sua Magnum opus, Fogo Morto (1943), é visto como o "romance dos grandes personagens." Massaud Moisés escreveu que esta obra-prima de José Lins "é uma das mais representativas não só da ficção dos anos 30 como de todo o Modernismo."


BIOGRAFIA


INFÂNCIA

Nascido no Engenho Corredor, município paraibano de Pilar, filho de João do Rego Cavalcanti e de Amélia Lins Cavalcanti (morta pelo marido esquizofrênico), fez as primeiras letras no Colégio de Itabaiana, no Instituto N. S. do Carmo e no Colégio Diocesano Pio X na então cidade da Paraíba atual João Pessoa. Depois estudou no Colégio Carneiro Leão e Osvaldo Cruz, em Recife. Desde esse tempo revelaram-se seus pendores literários. É de 1916, por exemplo, o primeiro contato com O Ateneu, de Raul Pompeia. Em 1918, aos dezessete anos portanto, José Lins travou conhecimento com Machado de Assis, através do Dom Casmurro. Desde a infância, já trazia consigo, outras raízes, do sangue e da terra, que vinham de seus pais, passando de geração em geração por outros homens e mulheres sempre ligados ao mundo rural do Nordeste açucareiro, às senzalas e aos negros rebanhos humanos que a foi formando.

JUVENTUDE E INÍCIO DA CARREIRA LITERÁRIA

Após passar sua infância no interior e ver de perto os engenhos de açúcar perderem espaço para as usinas, provocando muitas transformações sociais e econômicas, foi para João Pessoa, onde fez o curso secundário e depois, para Recife, onde matriculou-se, em 1920, na faculdade de Direito.
Nesse período, além de colaborar periodicamente com o Jornal do Recife, fez amizade com Gilberto Freire, que o influenciou e, em 1922, fundou o semanário Dom Casmurro.
Formou-se em 1923. Durante o curso, ampliou seus contatos com o meio literário pernambucano, tornando-se amigo de José Américo de Almeida, Osório Borba, Luís Delgado, Aníbal Fernandes, e outros. Gilberto Freire, voltando em 1923 de uma longa temporada de estudos universitários nos Estados Unidos, marcou uma nova fase de influências no espírito de José Lins, através das ideias novas sobre a formação social brasileira.
Ingressou no Ministério Público como promotor em Manhuaçu, em 1925, onde entretanto não se demorou. Casando em 1924 com Filomena (Naná) Masa Lins do Rego, transferiu-se em 1926 para a capital de Alagoas, onde passou a exercer as funções de fiscal de bancos, até 1930, e fiscal de consumo, de 1931 a 1935. Em Maceió, tornou-se colaborador do Jornal de Alagoas e passou a fazer parte do grupo de Graciliano RamosRachel de QueirozAurélio Buarque de HolandaJorge de Lima, Valdemar Cavalcanti, Aloísio Branco, Carlos Paurílio e outros. Ali publicou o seu primeiro livro, Menino de engenho (1932), chave de uma obra que se revelou de importância fundamental na história do moderno romance brasileiro. Além das opiniões elogiosas da crítica, sobretudo de João Ribeiro, o livro mereceu o Prêmio da Fundação Graça Aranha. Em 1933] publicou Doidinho, o segundo livro do "Ciclo da Cana-de-Açúcar".

PERFIL DA OBRA E TRAJETÓRIA LITERÁRIA

O mundo rural do Nordeste, com as fazendas, as senzalas e os engenhos, serviu de inspiração para a obra do autor, que publicou seu primeiro livro - Menino de engenho - em 1932.
Em 1926 decidiu deixar para trás o trabalho como promotor público no interior de Minas Gerais e transferiu-se para MaceióAlagoas. Lá conviveu com um grupo de escritores muito especial: Graciliano Ramos (o autor de Vidas Secas), Rachel de Queiroz (a jovem cearense, que já publicara o romance O Quinze), o poeta Jorge de LimaAurélio Buarque de Holanda (o mestre do dicionário), que se tornariam seus amigos para sempre. Convivendo neste ambiente tão criativo, escreveu os romances Doidinho (1933) e Bangue (1934). Daí em diante a obra de Zélins, como era chamado, não conheceu interrupções: publicou romances, um volume de memórias, livros de viagem, de conferências e de crônicas. E Histórias da Velha Totônia, seu único livro para o público infanto-juvenil, lançado em 1936.
Em 1935 mudou-se para o Rio de Janeiro. Seus livros são adaptados para o cinema e traduzidos na AlemanhaFrançaInglaterraEspanha, foi eleito para a Academia Brasileira de Letras.
Em 1957 José Lins morreu. Encontra-se sepultado no Cemitério de São João Batista no Rio de Janeiro. A obra de José Lins do Rego é publicada pela editora José Olympio.


Trabalho realizado pela Profª Carleide Cavalcante de Oliveira